quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ORELHAS = ACIDENTE (EARS = ACCIDENT)

Alguns acidentes em parapente , podem ser evitados, e um deles é mais comum do que imaginamos. Em alguns parapentes (especialmente os muito alongados), podem ter reacções inesperadas, a partir da forma como se faz e desfaz as orelhas. Será que sua analise pode ajudar aos menos experientes evitar esse tipo de acidentes? Vejam esse vídeo com muita atenção e dêem suas opiniões.

Some paragliding accidents can be avoided, and one of them is more common than we think. In some gliders (especially the very elongated), can have unexpected reactions from the way it makes and breaks the ears. Does his analysis can help the less experienced avoid such accidents? See this video carefully and give their opinions.



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CARLOS SOUZA

10 comentários:

w3Rm disse...

Orelhas = aumento carga alar = aumento da velocidade minima = diminuição da velocidade de perda. Puxar manobradores daquela maneira para tirar orelhas = meter asa em perda.

Unknown disse...

como podemos, fazer a mesma manobra sem nos expormos, ao que aconteceu ao piloto em causa? Que venha opiniões.

Unknown disse...

Olá Carlos.
Grande oportunidade para entender o melhor uso das orelhas.
As orelhas transformam nosso equipamento em um aerofólio totalmente diferente.
Há diminuição da área vélica com manutenção do peso a ser sustentado. Isto eleva o peso que cada metro quadrado do parapente tem que suportar: aumento da carga alar.
Pela física quanto maior a carga alar, maior será a velocidade mínima necessária para evita o estol do aerofólio.
Simultaneamente ao aumento da carga alar, as relhas geram arrasto e a velocidade do conjunto diminui. Então voamos mais devagar e aumentamos a velocidade de estol, perigosa combinação.
Tanto quanto a velocidade, o estol depende também do ângulo de ataque da asa. Com o vento não laminar, leia-se turbulência, o parapente pendula criando variações do ângulo de ataque a cada segundo. Quanto maior o ângulo de ataque mais perto estamos do ponto de estol. Mesmo sem fazer orelhas podemos ‘estolar’ a asa quando batemos de frente com uma forte corrente ascendente; térmica.
A atitude mais lógica é acelerar o equipamento e só depois fazer as orelhas. Dessa maneira aumentamos a velocidade do conjunto e nos afastamos da velocidade de estol.
A função do acelerador é diminuir o ângulo de ataque: aumenta a velocidade e direciona o vetor resultante do deslocamento mais para baixo. Ou seja, aumenta nossa taxa de descida que foi o motivo lógico da manobra.
Para gravar: orelhas = acelerador.
Forte abraço.
Marcos Cavallero.

Unknown disse...

Concordo contigo Girão, contudo tudo piora porque está a chover e a asa está toda encharcada. Em grande parte das asas, quando estão molhadas, a velocidade de perda aumenta brutalmente. Numa situação destas preferia fazer wingovers para perder altitude, sempre usando mais o corpo do que o manobrador...

Anónimo disse...

-Com orelhas aumenta a velocidade vertical e diminui a velocidade horizontal
-A asa, quando totalmente aberta, requer um velocidade mínima para voar horizontalmente. Seguramente acima da velocidade da configuração em orelhas. Velocidade mínima abaixo da qual a asa desliza para trás (tail slide) por acção brusca do centro de pressões do aerofólio (a cerca de 25% da corda) e depois cabeceia em frente para recuperar a velocidade normal de voo.
-Quando se defazem as orelhas geram-se duas componentes de forças/dinâmicas: A força produzida pelo excesso de velocidade vertical e a produzida pelo subito aumento de sustentação que faz aumentar bruscamente o angulo de ataque até à perda (ou tail slide). Tal como quando se entra numa térmica potente.
-O fenómeno nota-se tanto mais quanto maior o alongamenteo da asa, uma vez que as áreas retiradas e recolocadas pelas orelhas são maiores, resultando numa maior amplitude de forças em acção.

-Penso que se devem evitar orelhas com asas muito avançadas e alongadas, uma vez que estas asas, para além do que atrás referi, trabalham com reduzidos angulos de ataque para optimização das performances, sendo por isso menos tolerantes a alterações de configuração em voo tais como as referidas orelhas.

-Em todo o caso julgo que para evitar o fenómeno se devem retirar as orelhas de forma gradual e progressiva deixando a asa readquirir velocidade gradualmemte e antecipando e controlando sempre o cabeceio resultante do deslize à rectaguarda.
-No cabeceamento brusco que é visível no video, o piloto deveria reagir por antecipação, travando no ponto certo (isso é que é o mais difícil) de forma a evitar o mergulho, rotação e pendulo subsequente com novo tail slide.

roque santos

Unknown disse...

É isso ai, o tema esta muito interessante, e a participação também. Os detalhes técnicos sobre o comportamento do parapente na situação em causa, são realmente muito interessantes, mas tenho certeza que 70% dos praticantes de parapente, continuaram sem entender nada de nada. Para além do debate técnico, gostaria que fosse debatida a minha pergunta inicial . A minha pergunta foi: como evitar que o parapente entre em configuração parecida ou igual a que esta no vídeo, no caso do piloto decidir efectuar a manobra em causa. E vamos voar mais seguros esse fim de semana na Serra Da Arrabida.

Anónimo disse...

Metes uma orelha de cada vez temporizando, para retirar as orelhas fazes o mesmo, uma de cada vez com um pequeno intervalo. No intervalo aproveitas para sentir que tudo está bem.

Unknown disse...

É isso ai Srº Anónimo, essa é a forma que se deve usar para evitar o que aconteceu ao piloto do vídeo. Essa manobra deveria começar desde as primeiras orelhas feita por principiantes, dessa forma quando chegar seu tempo de pilotar parapentes mais alongados esse será um problema a menos. Espero que aqueles que desconheciam esse pequeno truque comecem a praticar mesmo que seja com parapentes nível 1, 1/2 e 2, para que na sua evolução para parapentes mais exigentes a coisa fique mais fácil.
Obrigado por participar e visitar o meu BROG.
Carlos Souza

Anónimo disse...

Então o processo correcto é:
acelerador - puxar uma orelha - puxar outra orelha - largar uma orelha - largar outra orelha - libertar o acelerador.
É isto?

Unknown disse...

Anônimo.
Na entrada você pode acelerar e depois acionar as orelhas simultaneamente.
Para sair da manobra mantenha o acelerador e libere as linhas dos elevadores (tirantes) As que mantêm as orelhas.
Se a asa for alongada não vai desfazer espontaneamente. Neste caso acione moderadamente um freio (manobrador) por vez para não reduzir demais a velocidade do conjunto. Aja como se estivesse desfazendo uma fecha assimétrica, mas sem atuar no freio contralateral. Ação moderada e mantida por três segundos na média.
É como eu faço.
No filme o parapente pendula orelhado aumentando o ângulo de ataque.
O piloto atua simultaneamente nos freios para liberar as orelhas exatamente no momento em que a asa se encontra atrás. Não está acelerado como deveria fazer.
O conjunto já lento e com maior velocidade de estol, pelo aumento do arrasto e maior carga alar, respectivamente, entra em perda: estol.
É apenas a soma de todos os fatores que citei no primeiro texto.
Acho que se pode acrescentar ai também uma vela úmida e ainda mais pesada com citou o Nunes. Asas extremamente alongadas têm comportamento mais crítico como disse o
Santos.
Saudável discussão.
Abraço e bons vôos.
Marcos Cavallero.